Você sabe qual o seu Santo Protetor? Em pesquisas feitas através da curiosidade aguçada pela professora fui buscar a historia do meu suposto protetor e nessas pesquisas encontrei quatro Santos e me apaixonei por cada um deles. Nas postagens virei contar um pouco sobre esses meus santos protetores. Espero que gostem.
São Lourenço - 10 de agosto
Segundo alguns autores São Lourenço também é
considerado protetor dos grelhadores, dos pasteleiros, dos estalajadeiros, dos
bibliotecários, dos bombeiros, dos profissionais do vidro, e dos pobres. Um
leque muito variado de profissões mas talvez os grelhadores, os cozinheiros e
os pobres tenham sido os primeiros a reivindicar a seu estado de proteção e os
primeiros a comemorar o seu dia.

De facto, três dias depois do
martírio do Papa, São Lourenço é chamado e apresentado perante o prefeito de
Roma, Cornelius Saecularis, sendo imperador Valeriano. O prefeito ordena-lhe
que entregue o dinheiro e os livros de contas da Igreja. São Lourenço pede
então para voltar no dia seguinte e promete entregar-lhe toda a riqueza da
Igreja. Entretanto distribui toda a riqueza pelos seus fiéis, e no dia seguinte
informa o prefeito que tem todas as riquezas para lhe apresentar. Ousadamente
apresenta-lhe uma multidão de crentes, pobres, doentes e protegidos da Igreja
dizendo: “Estes são os verdadeiros tesouros da Igreja.”
São Lourenço terá tomado esta
atitude cheio de fé e em acto caridoso para os mais necessitados. O prefeito é
que não gostou e ter-lhe-á respondido: “Pagarás a fraude com a morte. Morrerás
a fogo, em cima de uma grelha.”
Assim cumpria-se a vaticínio de
Sixto II. São Lourenço é colocado no fogo em cima de uma grelha, sentindo-se já
o cheiro da sua carne assada, vira-se para o carrasco e diz ainda: “Já está
cozido deste lado, diz ele ao carrasco, dá-lhe volta e come.” E foi assim
juntar-se, pelo martírio, ao seu Papa. Isto aconteceu em 258.

A figuração de São Lourenço é
sempre acompanhada de uma grelha, símbolo do seu martírio. É curioso como
encontramos algumas imagens com São Lourenço Menino, mas sempre com a grelha.
Vários pintores representaram
São Lourenço quase sempre ilustrando os últimos momentos da sua vida. A pintura
mais significativa será de Giovanni Lanfranco (1635) que representa a ação de
amarrar São Lourenço à grelha. Por outro lado, e ao gosto da época, Bernardo
Strozzi (1638) representa São Lourenço a distribuir objetos do tesouro pelos
pobres. Mais ousado pela riqueza, ou ostentação, Francisco de Zurbarán (1636),
num quadro de grandes dimensões, exposto no Museu do Ermitage em S.
Petersburgo, apresenta São Lourenço ricamente vestido mas segurando com a mão
esquerda uma grelha. A grelha é, de facto, o principal atributo iconográfico de
São Lourenço.
Supõe-se que a difusão do seu
culto tivesse iniciado em Aragão, sua terra natal, depois por toda a Itália e a
partir do século X na Alemanha e por toda a Europa. No Brasil as comunidades
italianas dedicam-lhe muito devoção e é patrono da Escola de Gastronomia da
Universidade de Caxias do Sul. Em Roma, particularmente, é venerado ao mesmo
nível dos primeiros Apóstolos sendo que segundo a antiga liturgia de Roma, as
festividades de São Lourenço são as mais importantes depois de São Pedro e São Paulo.
Em Portugal São Lourenço é
venerado em muitas localidades. Muitas freguesias têm o seu nome, e é curioso
notar que também na sua iconografia consta uma grelha. É o caso de São Lourenço
em Portalegre, Sande – S. Lourenço em Guimarães ou S. Lourenço de Ribapinhão
entre muitas outras.
Alguns museus portugueses
apresentam esculturas magníficas de representação de São Lourenço
designadamente o Museu Alberto Sampaio, Museu Nacional Machado de Castro e o
Museu Nacional de Arte Antiga.
São Lourenço é também um santo
popular. Pela sua data dedicada, 10 de Agosto, há um provérbio que diz: “Pelo
São Lourenço vai à vinha e enche o lenço”, querendo dizer que as uvas estão
prontas para comer e que as vindimas virão a seguir. Ainda nunca vi a classes
profissionais protegidas por este Santo, comemorar ou fazer algum festejo
associado. Atualmente mesmo os não crentes participam ativamente nos festejos
populares que se iniciaram com festividades da Igreja. A própria Igreja parece
já se ter habituado aos atos pagãos e à interatividade do Sagrado e do
profano.
Girolamo
da Santa Croce (vers 1480-1556) O Martírio de São Lourenço óleo sobre madeira 63,5 x 79 cm. Allemagne, Dresde, Gemäldegalerie Alte Meister,
Staatliche
Fonte de pesquisa:
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