segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Dia do embarque

No dia 2 de fevereiro, dia de Iemanjá, a mãe dos mares, fui embarcar nessa aventura louca. Na noite anterior já nos preparativos de embarque estava com muito frio na barriga e muito medo, pois ainda tinha a incerteza do que estava fazendo. Eram muitas mudanças de uma única vez  e fazê-las de qualquer forma poderia acarretar um frustamento imenso e sem falar na grande perda dos investimentos colocados nessa nova vida.

 Na hora marcada o taxi chegou à minha casa e assim começou o choro das pessoas queridas. Estavam aqui meu pai e minha mãe, Aline e seu namorado e Selma, amigos que vieram transmitir o carinho  e o apoio para essa jornada. Entrei no taxi e assim dei tchau a vida em terra e pedi as proteções e a benção aos meus pais e a Deus.

Cheguei ao aeroporto com 3 h de antecedência assim como a agencia indicou, bem desnecessário, mas segui as orientações, nada poderia dá errado nos últimos minutos. Fiquei no aguardo e no momento exato embarquei no avião  e fui direto para São Paulo.

Já no aeroporto de Guarulhos, peguei minha mala e fui à procura do agente da Costa, processo rápido  e surpreendeu minhas expectativas, jurava que seria bem mais difícil. No aguardo estava outro cozinheiro e ficamos ali esperando outra pessoa que não chegava e depois de um tempo o agente recebe a informação que a pessoa tinha perdido o avião e assim fomos direto pegar o carro e “descer a serra” (acho que é assim que se fala) precisamente a cidade de Santos, litoral paulista, viagem muito bonita, cerca de 1:30h, mas o cansaço era muito grande, tinha passado a noite em claro e viajar  mesmo que seja em poucas horas cansa.

Já dentro da cidade avistei o navio, mesmo de longe já se mostrava imponente e assustador pelo seu tamanho, na minha memória a única coisa que flutuava em água que tinha andado foi uma lancha pequena  em alguma praia que passei as férias e  a complexidade e tamanho da nave assustava. Desci do carro e o movimento de pessoas também assustava, era dia de desembarque e embarque de hospedes e sem falar dos crew’s  de 3 navios que estavam descendo para seus passeios, ficamos no aguardo de ser chamados  e lá conhecemos mais um cook  e assim completou os três cozinheiros que estavam na lista de embarque . Os outros dois cozinheiros eram formados em gastronomia e um deles já havia até trabalhado no ibero star, resort de  alto padrão e eu um pobre aprendiz de cozinha, cada vez mais aquilo me deixava nervoso e perguntas surgiam na minha cabeça como: o que eu to fazendo aqui ?, será que era o que quero pra minha vida ? , será que vou aguentar o trabalho que me esperava lá dentro? Mas olhei para frente e falei pra mim mesmo que tinha que ser forte e acreditar.

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