Ainda na temporada Brasileira, fui escolhido por livre espontânea pressão como o garoto propaganda da cozinha, isso
mesmo, passei por um tempo como um dos representante da cozinha nas despedidas no teatro ou nos portões de
desembarque dos hospedes.
Eram escolhidos em cada departamento algumas pessoas para representar nas apresentações e nas despedidas do pessoal que havia estado na nave, assim como no jantar da meia noite da postagem anterior, eram escalados varias pessoas do meu departamento, mas o único a ser o fixo, o bunito aqui. OHHH SORTE!!!!! COMO DIZ UMA AMIGA MINHA.

Essa historia começou no porto de Santos quando na noite anterior meu nome foi colocado no mural para estar no portão de desembarque, ainda não tinha entendido, mas todos da minha estação estavam rindo de minha cara, por sinal até o cappo ria muito e me ensinava com cara de deboche como teria que fazer, tipo a mãozinha de miss ao ganhar o concurso de beleza. Como levava tudo na esportiva nem ligava. No dia como não sabia direito onde deveria ir fui pedir "o a secretaria"para me ajudar, descemos e assim que cheguei já estavam todos na posição e começou o momento da carisma, era um sorriso pra cá, um adeuzinho pra lá e nisso fiquei 2 horas fazendo esses movimentos repetitivos. Tirava fotos, ouvia os obrigados pelo serviço e dava muita risada, no fim dessa loucura estava com o maxilar dolorido de tanto sorrir. Isso se repetia de 15 em 15 dias no fim dos cruzeiros e ao sair da temporada Brasileira comecei a fazer também a sessão teatro.

Essa parte era fácil pois durava 5 min e tinha outras pessoas do meu departamento.Eram convocados cinco cook's e um sous chef e algumas vezes um 1º cook, essa apresentação era separada por línguas dos hospedes, onde geralmente eu aparecia nas espanhol, português e italiano. Era uma reunião para apresentar o ultimo destino e vender os pacotes de turismo e também agradecer pela hospedagem e no final da apresentação colocava os crew para entrar e os primeiros a entrar, imaginem ... os cook's, não para me gabar, mas eram os mais ovacionados, todos em fila indiana, olhando para a plateia e andando para o centro do palco, lá dava o tchauzinho e saia pelo outro lado, morria de vergonha. Toma semana era mesma coisa, mudava a galera e eu ficava, não sabia o porque mais continuava. Depois de um tempo já estava acostumado e quando foi retirado da programação e senti falta dessa fase garoto propaganda.
Somente com o chio chio no portão de desembarque lembro do primeiro Veneza, fim da primavera europeia,quando fui encaminhado para fazer essa representação, acostumado a fazer no calor do Brasil, cai num dia frio do capeta, mas como castigo pra corno é pouco fui. No inicio com o sangue quente ainda balançava a mãozinha com vontade e o sorriso aparecia, mas meia hora depois estava batendo os dentes, uma hora dor nos braços e quase no fim câimbra nos pés. Foi perguntado aos seguranças quantos faltavam descer e foi informado que tinham 1500 a bordo. Não aguentava mais, tudo doía de frio e não chegava o fim, Resumindo fiquei 3 horas nesse chio chio e quando voltei a galley foi xingando a todos e procurando um lugar quente para me esquentar. Depois de um tempo fui retirado da escala porque o cardápio mudou e tive que ficar na galley para prepar, pois era uma prepacação grande e o cappo não permitio mais essas saídas. Foi doloroso essa separação pois era o momento de rir, alimentar o ego e ganhar gorjetas, chorava para o secretário me colocar , mas não adiantava, me senti como um cantor famoso depois de sua decaída dos palcos. kkkkkkkk
Em conversa com um sous chef, ele me disse que era selecionado para isso pq eu tenho o porte de cozinheiro do imaginário dos hospedes , forte, gordo, branco e com a simpatia dos brasileiros com o sorriso. Veja só!!!! ai ai viu!!!!
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